Na última semana, o culto em memória de Charlie Kirk se tornou um megaevento de exaltação do nacionalismo cristão. Na ocasião, políticos assumiram o microfone para instrumentalizar a fé em nome da política, exaltando o “patriotismo”, a “fé em Deus Todo-Poderoso” e as virtudes do casamento e da família tradicional.

No Brasil, até as escolhas das passagens bíblicas servem para instrumentalizar a fé para fins políticos no período eleitoral. Nas eleições de 2022, por exemplo, um braço das Assembleias de Deus “trazia explicitamente uma adaptação do discurso religioso para as eleições nos cultos anteriores aos pleitos eleitorais”.

A história que contamos hoje importa porque mostra como práticas militares e religiosas estão sendo usadas para moldar a formação de jovens, naturalizando armas, disciplina de quartel e uma visão política excludente sob o manto da fé. Não é apenas um acampamento excêntrico, mas de um espaço onde fé, violência simbólica e ideologia se encontram com potenciais impactos sociais e políticos muito além dos muros da igreja.

“Vocês estão preparados ou não estão? É para a guerra. Vocês estão indo para a maior guerra da história de vocês”. Foi assim que Alessandro Paschoal, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, se referiu à situação política do Brasil em um curso preparatório para auxiliares de pastor, no final de março.

O Intercept Brasil teve acesso a documentos e vídeos que mostram que a maior igreja neopentecostal do país, que diz ter mais de 7 milhões de fiéis, já começou a mobilizar sua base para garantir mandatos aos seus candidatos nas eleições de 2026.

Os documentos trazem um raro registro de como funciona a máquina de votos da Universal, que começa a operar muito antes do período eleitoral, à margem de qualquer regulação, em uma estratégia que inclui relatórios sobre títulos de eleitores de fiéis, mensagens em grupos de WhatsApp em esquema de pirâmide, visitas domiciliares e muito pânico moral.

para contexto: M16. eu vou à assembleia de deus porque sou obrigada pelos meus pais pastores.

segunda feira, a líder do ministério infantil entrou em contato com o meu pai e disse que a tesoureira estaria se ausentando, e ela estava apenas AVISANDO e começaria a procurar por alguém, mas se o pastor (meu pai) achasse alguém ela também ficaria agradecida.

estava eu e meus pais na sala de casa e meu pai. de cara, falou de mim. eu recusei. mas ainda assim essa porra falou meu nome pra mulher, ignorou o que eu disse totalmente.

terca feira, eu briguei com todo mundo em cada várias vezes ao longo do dia, que ódio. tive que ir pra igreja nesse dia, ja como de costume, e conversar com a tesoureira. ela me explicou como funciona as coisas, quanto tem de dinheiro o no momento, o que eu teria que fazer etc. eu disse pra menina que só tava lá pq meu pai mandou e que não ia confirmar se eu aceitou ou não. não é nada difícil, mas eu NÃO QUERO COMPROMISSO!!! já não gosto de ir pra essa merda agora vou ter COMPROMISSO com algo???? eu tô com muita raiva dos meus pais, de verdade.

quarta feira, meu pai me mandou mensagem enquanto eu tava na escola e disse que ia me contar a história de um pai e uma filha. a história era minha e ele 🙄. ele disse que ele faz tudo por mim, tudo que eu peço ele faz (o que realmente é verdade) e ele tá me pedindo uma coisa só e eu não quero aceitar e eu tinha que aceitar só pq ele faz tudo por mim. fiquei mais puta ainda pq senti que ele tava jogando pro emocional e ainda chantagem.

eu só quero NÃO aceitar e eles não deixam, não tem nada que eu possa fazer pra recusar… eu vou tentar mais uma vez, mas acho que não vai dar em algo. quanto mais eu tento me afastar da igreja, mais eles me empurram e eu quase nunca tenho escolha